Wednesday, March 21, 2007

Janas, Fadas, Elfos e Sereias

As janas lembram também as nixes do folclore escandinavo e germânico (a mais famosa dos quais foi a Lorelei do poema de Heinrich Heine), seres que mudavam de forma à vontade, mas freqüentemente apareciam como belas mulheres cujas canções seduziam barqueiros e pescadores para se afogarem no rio.
Suas canções também anunciavam mortes às famílias que as ouviam, assim como os lamentos e gemidos das banshees irlandesas e das "damas brancas" do folclore francês de origem celta, principalmente da Normandia e Bretanha e as aparições dos elfos germânicos. As "damas brancas" também eram conhecidas por forçar os viajantes a dançar ou responder enigmas. Atormentavam ou perdiam aqueles que se recusavam a dançar ou davam a resposta errada.
Uma delas, Melusina, ao se casar com um mortal, teria dado origem a várias dinastias européias. Segundo a versão mais conhecida da lenda, Melusina casou-se com o conde Raymond de Poitou com a condição de que ele jamais entrasse em seu quarto no sábado. Deu-lhe vários filhos, mas um dia ele quebrou a promessa e a viu transformar-se em uma mulher-serpente (atenuada em algumas versões posteriores, para mulher-peixe). Ela o perdoou, mas um dia, num momento de raiva, ele o chamou de "serpente" na frente da corte e ela decidiu abandoná-lo. Tomou a forma de um dragão e saiu voando, para nunca mais voltar.
Estas lendas parecem ter moldado, mais que as antigas sereias gregas (que eram mulheres-aves e não mulheres-peixes), a concepção européia das sereias - ou, mais propriamente, ondinas, nome dado aos espíritos d¿água em 1566 pelo médico e alquimista Paracelso no seu "Tratado sobre os Espíritos Elementais". Ele também chamou de "silfos" espíritos do ar como os "elfos da luz" nórdicos (talvez do latim sylva com o grego nympha), "gnomos" ou "pigmeus" os espíritos da terra (como os anões nórdicos) e "salamandras" os espíritos do fogo.
Ondina do romance do alemão Friedrich de la Motte Fouqué se casa com um cavaleiro e assim ganha uma alma, mas o marido a abandona po outra mulher. Ela volta à água, mas no casamento do marido com a segunda esposa, reaparece e tira-lhe a vida com um beijo. Em outra versão, Ondina sacrifica a imortalidade para se casar com um cavaleiro e dar-lhe um filho, mas então envelhece e encontra o marido adormecido no estábulo com uma amante. Ela então o acorda e amaldiçoa - continuará a respirar enquanto estiver acordado, mas morrerá quando voltar a dormir. Por causa dessa lenda, uma forma de apnéia noturna - síndrome que priva certas pessoas de respiração durante o sono - é também conhecida como "maldição de Ondina".
Há também, é claro, a Pequena Sereia do dinamarquês Hans Christian Andersen, que dispensa apresentações. A semelhança de alguns desses mitos com a nossa iara também não deve ser acaso. Muitos de nós aprendemos na escola que a iara era uma lenda indígena, mas essa não é toda a verdade.
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1 comment:

Simbelmune said...

Bem vinda de volta. Pena que não tivesses resolvido o problema do vírus que estoura as caixas de correio se se recebe algum mail teu. Assim é difícil comunicar.

Abraço